segunda-feira, 24 de maio de 2010

Ainda sobre a "inauguração"


Referida em notícias como a comentada 2 posts antes (imagem acima), tenho por mim que:

É claro que a iluminação que lá estava era horrorosa. Mas perdeu-se, a meu ver, a oportunidade para colocar em vez destes candeeiros a imitar antigos, antigos de verdade, do séc. XIX, provenientes do abate que a CML tem promovido no Bairro da Calçada dos Mestres.

É claro que o pavimento estava esburacado e era feio, e tudo o resto estava partido. Mas a CML errou ao insistir na poeirada "à la" terreiro de São Pedro de Alcântara. Ontem foi a prova dos nove: era pó por todo o lado. Aliás, se a CML tivesse intervindo somente a nível do aprumo do jardim, substituindo os pavimentos, recuperando as caldeiras e as grelhas, colocando candeeiros de época e recuperando o tal de "mobiliário urbano", revigorando os canteiros com flores, recuperando o pavihão do jardineiro, substituindo apenas as árvores doentes (que nem chegavam à dezena), não teria havido um protesto que fosse.

É claro que o desenho do jardim foi respeitado. Seria escandaloso se assim não fosse.

É claro que o jardim perdeu sombra e ganhou luz. Mas alguém sabe de facto o que irá acontecer às fabulosas árvores do miolo da placa central uma vez perdida a sombra que as envolvia, desde a bordadura da placa? E, por favor, senhores da CML, plantem árvores junto ao quiosque da esquina com a Rua do Século: aquilo está um DESERTO!!!

Mas a CML, em vez disso, decidiu dar guerra a meia centena de choupos, sãos e doentes, refugiando-se em motivos fitossanitários, quando apenas os tinha para uma dezena delas, quando o verdadeiro motivo era porque decidiu que o choupo não era para ali. Com ou sem razão, fez mal. E voltou a fazer mal não intervindo de forma faseada, como aconselham os princípios por que se regem os jardins históricos. Pior, foi dizer que tinha pareceres do IGESPAR, do LPV e da AFN antes da intervenção, quando não os tinha. E isso foi mau, sob todos os pontos de vista. Este caso do Príncipe Real vem na senda de outros, como do ainda mais gravoso do Campo Pequeno e é pena que assim seja. E, por favor, não tratem as pessoas como burras ou manietáveis, muito menos pela CML; nos dias que correm isso é altamente contraproducente.

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