domingo, 9 de setembro de 2012

Ontem à noite.

Ontem, Sábado dia 8 de Setembro, pelas 23h, numa noite calma, sem qualquer vento, tempo seco, ouviu-se um terrível barulho de qualquer coisa a partir-se e cair com fragor:


Uma das três Ficus, por sinal a mesma que a aqui há tempos já tinha sofrido semelhante ruptura de um dos seus ramos perdeu agora um outro grosso ramo:


Felizmente o ramo caiu para dentro do canteiro não causando danos pessoais, mas foi pura sorte porque se a ruptura se tivesse dado horas mais cedo há sempre crianças que gostam de trepar pelos ramos destas imponentes árvores.
Um dos objectivos da 'requalificação' que o jardim sofreu era torná-lo menos 'sombrio'. Pois agora as árvores estão a fazer-lhes a vontade auto-mutilando-se. Ou será que os profundos roços abertos junto a estas Ficus não tem nada a ver com estas cada vez mais frequentes mortes de árvores e rupturas dos seus ramos?

2 comentários:

  1. Infelizmente, o drama desenrola-se como previsto. Retiradas as árvores adultas e altas (choupos) que protegiam o interior do jardim, aberto que foi, no caso desta figueira, um roço debaixo da sua copa, cortando raízes, era previsível que se estivesse a enfraquecer a árvore. Não é coincidência que os danos sejam exactamente do lado dos cortes das raízes.

    O mesmo se passou com o magnífico cedro-do-Buçaco. Cortou-se a figueira que protegia o cedro num dos cantos do jardim sem plantar nenhuma nova árvore de protecção, pavonearam-se máquinas gigantescas debaixo das suas raízes, compactando o solo, um problema que já era óbvio, e a árvore envelhece a olhos vistos. Usa-se a desculpa de um incêndio no interior do seu tronco, um dano que claramente também contribui. Mas é vergonhoso ver o laboratório do ISA a fazer o trabalhinho sujo da CML e a usar o incêndio como desculpa para os problemas da árvore, escusando-se a apontar claramente o dedo às mudanças do ambiente da árvore e compactação do solo.

    Também a oliveira-do-paraíso à porta da mãe de água caiu, inexplicavelmente, supõe-se, quando a compactação das suas raízes pelo monstro que ali andou também me parece uma razão suficiente para explicar.

    E pouco a pouco, num relantim, vai-se pondo à vista o amadorismo e incompetência do restauro 'exemplar' defendido de forma pouco envergonhada pelo lobi do Arquitecto Ribeiro Teles e por um Sá Fernandes incompetente e experimentalista. Verdadeiro alquimista, Sá Fernandes não acredita em ciência, acredita em experimentar. Ele acha que sabe, mas nós sabemos que é um ignorante nestas matérias. O problema é que os danos são permanentes e os gastos públicos também.

    O jardim sobreviverá a tudo isto, mas mais pobre e austero. Uma tristeza.

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  2. Em primeiro lugar permita me uma pequena correcção, de alguém que presenciou ln loco a queda deste majestoso ramo de facto não choveu nessa noite mas estava uma noite particularmente húmida. em segundo lugar isto é o resultado da politica irresponsável e cobarde que os espaços verde vêem tido a ter com estas árvores imponentes. em vez de serem cuidadosamente monitorizadas e acompanhadas, são deixadas ao abandono a crescer de forma selvagem. isto é muito bonito no papel mas na pratica estas árvores não vivem num ambiente selvagem, vivem num ambiente urbano, e se queremos mantelas, temos de agir de forma responsável de forma a que toda a gente as possa desfrutar por muitos anos de forma segura e inteligente. felizmente desta vez ninguém se magoou, mas não andou longe, estava uma senhora sentada no banco imediatamente encostada ao canteiro onde a árvore caiu que não ganhou para o susto. será que vai ser preciso haver uma tragédia para haver algum tipo de acção? espero que não, porque normalmente nestes casos as reacções são sempre bruscas e pouco ponderadas.

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